Além de uma excelente forma de desestressar e ser extramente prazerosa, a literatura de ficção também pode ser uma forma de perceber outras formas de ver e estar no mundo. Percebendo, inclusive, questões relacionadas à saúde metantal e contexto social das questões psicológicas e psiquiátricas.
Aí vão algumas possibilidades mais contemporâneas de porta de entrada para esse vasto mundo:
1) A Filha perdida de Elena Ferrrante
Boa pedida para quem está às voltas com a complexidade do feminino e suas relações. Ser mãe, filha, mulher, profissional, o avançar dos anos no corpo e psiqué... Longe de lugares comuns e julgamentos moralistas, essa história nos coloca diante do impacto e delícias que só uma vida autoral pode causar.
Tem uma excelente reflexão sobre esse livro, aqui!
2) A rosa mais vermelha desabrocha de Liv Stromquist
Por que estar caidinho por alguém parece ser cada vez mais difícil?
Demosntrar paixão e até
mesmo amor parece estar nos dias atuais assumindo a condição de fraqueza e até mesmo, vejam só, falta de amor próprio. Uma reflexão em quadrinhos densa que correlaciona o pensamento de diversos autores ao longo do tempo busca dar conta da questão e nos coloca uma importante reflexão sociológica dos dias atuais vivida com muito sofrimento psicológico: As pessoas não se apaixonam mais hoje em dia?
3) Primeiro eu tive que morrer de Lorena Portela
Sobrecarga, estresse, Burnout. O mundo do trabalho vem gerando cada vez mais sofrimento na medida em que nos definimos socialmente e psicologicamente a partir de nossas profissões. Mas, afinal, o que é possível fazer disso? Será possível produzir todo o tempo, preenchendo até mesmo nosso suposto tempo livre com cursos para autoconhecimento e rotinas de autocuidado importadas da internet? Aqui somos convidados a conhecer a possibilidade que se desenhou para uma publicitária no limitre com o seu trabalho. A saída dela nos provoca nesse encontro a pensar em saídas para nós enquanto sujeitos, sem receitas e manuais.
4) Retrato de um viciado quando jovem de Bill Clegg
jovem), Bill Clegg nos coloca de forma crua em contato com um mundo que as voltas aparece como questão de sofrimento psíquico na clínica. A obra é impctante e nos coloca em conatato com o que só uma narração em primeira pessoa que vive a experiência pode contar sobre se tornar um adicto. Clegg, em seu autorrelato, no entanto, não busca fazer um estudo psicologizante de sua própria condição. Fundamental para compreender que não se trata de causas infantis ou traumas fundadores que levam uma pessoa a ser consumida pelas drogras. Mas que padrões ao longo da vida se colocam a favor da manutenção de um cotidiano de um usuário de drogas.
5) O fim de Eddy de Édouard Louis
Autobiografia em forma de romance ficcionalizado, Louis nos convida a conhecer sua família e o processo, muitas vezes cruel, de tornar-se o que é. Impossível não refletir sobre os impactos individuais vividos no encontro com a família, o social e o que é entendido como desenvolvimento normal e anormal. Da estranha sensação de ser radicalmente diferente de sua família e querer estar distante dela e a captura de os ver em si mesmo, para o bem e para o mal. Não estranhe se ao longo do livro tiver a sensação de que se trata de uma história que só poderia ser vivida no século passado. Não! Estamos falando do início dos anos 2000.